08 setembro, 2008

Muro intransponível?

Pedras no meu caminho? Apanho-as todas, um dia vou construir um castelo!

Fernando Pessoa.



Neste caminho
Que percorremos,
Feito de muros e de lamentos,
E de batalhas
Que ganhamos
E tudo isto,
Só porque amamos,
Faz-nos sofrer
Tanta maldade
Incompreendidos
Na infelicidade,
Outrora pobres
De emoções
Eram felizes os corações.
Depois amando
Sempre a sonhar
Que o mundo era
Feito p`ra amar,
Caiu por terra
Todo esse sonho.
Mas sonha!
Que nesta vida,
Nada nos deve ser impossível,
Pois nenhum muro
É intransponível.

À procura...

Li-te e fiquei a saber,
Que procuraste a saudade,
A alegria e o amor
Enxergaste alguma dor
Descobriste a felicidade.

Desventurados que somos
Procuramos, não achamos,
Por isso temos saudade
De passear p`la cidade
E encontrar quem amamos.

Nesta demanda constante,
De um ombro para chorar
Do afago de uma mão,
Do amor, de um coração
Para o nosso amparar.

Esquecer não é desenlace,
Ter saudades, isso importa!
Obriga-te a procurar
E o amor encontrar
Ficando a saudade morta.


08 de Setembro de 2008

04 setembro, 2008

Caminheiro peregrino

Dos quatro cantos do mundo,
Tu peregrino caminheiro,
Chegas de longe pelo teu pé,
Sempre movido pela fé
Percorres o mundo inteiro.

A palidez no teu rosto,
Mas com esperança no olhar,
Sempre em busca da verdade,
Um olhar de felicidade
Não paras de caminhar.

A fé enche o coração,
Jesus caminha a teu lado,
Dá-te forças dá-te alento,
Se desfaleces n `algum momento,
Ele te ampara como um cajado.

E porque a fé move montanhas,
Também te move, Oh! Peregrino,
Percorres longos caminhos,
Cheios de pedras e de espinhos,
Mas sempre chegas ao teu destino.

Passo a passo

Por cada passo
Que dou na vida
Eu sinto o peso
Do desalento.
Mas eu bem tento
Ultrapassar,
Esta montanha,
Aquele cume.
Sem um queixume
Eu vou andando.
Em cada dia
Minha alegria
Se vai finando.
Quando chegar
Do outro lado
Desta montanha...
Eu quero ver
Um prado verde...
Cheio de flores,
P`ra minhas dores
Eu esquecer,
Eu quero ver
os solavancos
Destes barrancos
da minha vida
ULTRAPASSADOS.
Agora sei porque lutei
P`ra dar à vida
Uma alvorada
E de alma lavada
Chegar ao FIM!
Com um sorrir doce
Como se fosse
Dizer ADEUS...
Direita ao Céu, direita a DEUS.


31/08/2006

Ainda me lembro...

Ainda me lembro daquele cheiro,
Quando passava naquela estrada,
No ar pairava um nevoeiro
Cheiro a petróleo de um candeeiro
Que a velha casa iluminava.

Uma mulher está ao fogueiro,
Onde uns gravetos estão em brasa
Em seu redor, a filharada
Espera que o pai deixe lavrada,
A terra que lhes dá o pão.

E já chegou o entardecer,
A escuridão chega depressa
No céu escuro a ameaça
Da chuva a qualquer momento
Dentro de casa ouve-se o vento...

E à lareira estão reunidos,
Com os semblantes carregados,
Rostos marcados pela dureza,
Pelo trabalho, pela pobreza
Mas de alma limpa e sem pecados.

De sol a sol, uma labuta
Sempre na terra a trabalhar
P`ra ter o pão de cada dia,
Um viver pobre, mas de alegria
Por os seus filhos poder criar.

Mãos calejadas pela inchada
E a recompensa dessa dor,
É a felicidade do aconchego,
É um lar pobre, mas não há medo
Não há fortuna MAS HÁ AMOR.

devaneios

Solidão…
Como tu me pesas, solidão!
Acho que me sinto sozinha…
Quando caminho em plena multidão.
Caminhar por entre um mar de gente…
E às vezes, o que se sente?
Quando a tristeza invade o coração.
Eu caminho…
Nem sei para onde vou… vou ao acaso,
Olho em volta e fico a pensar
Não posso à tristeza dar mais azo…
Há quem esteja mais só, sem ter ninguém.
Eu só preciso de voltar p`ra casa
E na lareira tenho lenha em brasa.
Vou-me aquecer… tenho o coração frio.
Sinto-me entristecer… olho p`ro lado,
Mas afinal porquê? Porque estou só?
Como é que a solidão vou combater?
Quando afinal o que eu quero saber,
É se me amam!
Sinto falta de afecto…
Preciso que me façam entender
Que precisam de mim
Que me querem assim… como sou…
Amam-me? Será que me amam?
Ou precisam de mim?
Amam-me?
Ou dá-lhes jeito que eu esteja por perto?
Amam-me por certo!
Mas será desinteressadamente?
E se eu estiver doente?
Se for eu a precisar de alguém presente?
Se for eu a pedir…
Não consigo viver sem que me amem.
Mas que me amem como sou!
Mas façam-me saber,
Que apesar de eu ser
IMPERFEITA,
O vosso coração também me aceita,
E que nele tenho um cantinho,
Com carinho.
Pois minhas filhas, meus amores
Eu vos peço desculpa pelas dores
Que vos causei outrora.
Eu só quero que saibam por agora,
Que meu coração transborda
Começa-vos a amar desde que acorda,
É esta simplesmente a verdade,
Meu coração amar-vos-á para sempre
Até à eternidade.

Para ti...

Tens simpatia estampada no olhar,
E sempre uma palavra para dizer,
Riso sincero e um ar de ternura
Estranho quando às vezes por ventura,
Se vê o teu olhar entristecer...
A tristeza é um mal que não perdura!


Já lá vem outro dia, outro Sol,
O horizonte é já ali e há lá esperança,
Rumo a ela corremos dia a dia
Deus ajuda-nos para a fé não perder
A ELE por cada dia agradecer
Os filhos que nos deu – Nossa Alegria –

15 de Junho de 2007

Na escuridão da noite

Como é possível eu não gostar da escuridão da noite?
Na noite que partiste, a escuridão veio ocupar o teu lugar. Foi na escuridão da noite que imaginei o teu corpo, o teu calor, as tuas carícias. Na escuridão ouvi o sussurro das tuas palavras doces como o mel, quentes como a carícia de um raio de sol no fim de uma tarde de Verão. A escuridão permite que a minha mente imagina a tua presença.
Não te vejo mas sinto-te.
Não te sinto mas imagino-te.
Não te imagino, sonho contigo.
Na noite tudo me é permitido. A ilusão de te ter só termina quando chega o dia. O sol aquece e ilumina o teu lugar vazio. Anseio pela noite, para voltar a sonhar contigo.
Como posso não gostar da escuridão da noite se é ela que me devolve a tua existência, ainda que só enquanto ela permanece.