04 setembro, 2008

Na escuridão da noite

Como é possível eu não gostar da escuridão da noite?
Na noite que partiste, a escuridão veio ocupar o teu lugar. Foi na escuridão da noite que imaginei o teu corpo, o teu calor, as tuas carícias. Na escuridão ouvi o sussurro das tuas palavras doces como o mel, quentes como a carícia de um raio de sol no fim de uma tarde de Verão. A escuridão permite que a minha mente imagina a tua presença.
Não te vejo mas sinto-te.
Não te sinto mas imagino-te.
Não te imagino, sonho contigo.
Na noite tudo me é permitido. A ilusão de te ter só termina quando chega o dia. O sol aquece e ilumina o teu lugar vazio. Anseio pela noite, para voltar a sonhar contigo.
Como posso não gostar da escuridão da noite se é ela que me devolve a tua existência, ainda que só enquanto ela permanece.

1 comentário:

Anónimo disse...

Será que te estejas a refugiar no escuro da noite, para esplanares os teus sonhos cor-de-rosa por não teres coragem de o fazeres à luz do dia com o teu imaginário?
Fica-me esta dúvida, mas o poema está muito bem concebido.
J.A