Ainda me lembro daquele cheiro,
Quando passava naquela estrada,
No ar pairava um nevoeiro
Cheiro a petróleo de um candeeiro
Que a velha casa iluminava.
Uma mulher está ao fogueiro,
Onde uns gravetos estão em brasa
Em seu redor, a filharada
Espera que o pai deixe lavrada,
A terra que lhes dá o pão.
E já chegou o entardecer,
A escuridão chega depressa
No céu escuro a ameaça
Da chuva a qualquer momento
Dentro de casa ouve-se o vento...
E à lareira estão reunidos,
Com os semblantes carregados,
Rostos marcados pela dureza,
Pelo trabalho, pela pobreza
Mas de alma limpa e sem pecados.
De sol a sol, uma labuta
Sempre na terra a trabalhar
P`ra ter o pão de cada dia,
Um viver pobre, mas de alegria
Por os seus filhos poder criar.
Mãos calejadas pela inchada
E a recompensa dessa dor,
É a felicidade do aconchego,
É um lar pobre, mas não há medo
Não há fortuna MAS HÁ AMOR.
04 setembro, 2008
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1 comentário:
tambem vivi esse tempo.
Nasci na cama,
de ferros torcidos.
Cresci na lama
dos vencidos.
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